Assim como todo mundo, adorei a primeira temporada, que assisti rapidamente, e achei mais do que justa a indicação de Wagner ao Globo de Ouro na pele de Pablo Emilio Escobar Gaviria. E assim que saiu a segunda temporada, poucos dias atrás, corri e fiz uma maratona pra ver a parte final da história de Pablo. Se na primeira temporada vimos a criação do cartel, a ascensão do seu império e fortuna, a segunda temporada foi toda dedicada à derrocada do mito Pablo Escobar. Procurado pela polícia, por grupos extremistas, por seus rivais, os 10 episódios desta nova temporada mostram o ultimo ano de vida do traficante, que é obrigado a fugir e se esconder de uma caçada implacável pela sua cabeça, e que por isso continua tomando decisões que mostram o quão determinado ele era, e como o termo terrorista lhe cai bem. “Gostaria de morrer de pé, no ano de 3047”. A megalomania de Pablo Escobar diante de um jornalista ilustra aspectos folclóricos de sua figura, como a vaidade, a ostentação e a confiança em sua onipotência.
A segunda temporada começa exatamente do mesmo ponto onde parou a primeira, quando Pablo foge da “prisão” que ele construiu pra si mesmo. E embora todo mundo conheça o desfecho final, você assiste aos 10 episódios com muito entusiasmo e em alguns momentos se pega torcendo por ele, e chega a ser estranho, porque Pablo matou milhares de inocentes, e claro, ele era um verdadeiro lunático, que achou que poderia ser presidente da Colômbia, mas que ao mesmo tempo mandou explodir um avião! Além disso, a ideia de utilizar flashes de cenas reais, como as manchetes de telejornais e alguns depoimentos e entrevistas da época deixa Narcos ainda mais legal pro telespectador, que acaba entrando de cabeça na série.
O curioso é que a série mostra um homem totalmente devotado à sua família e amigos, um bom pai e marido. Talvez por isso em alguns momentos você simpatize com o personagem a ponto de torcer por ele, mesmo que ele seja de fato um assassino cruel. Wagner Moura consegue mostrar o lado implacável do personagem, que manda colocar um carro bomba bem no centro da cidade, e ao mesmo tempo o lado daquele que faz tudo pelo bem de sua família, inclusive fazer uma fogueira com dinheiro pra aquecer sua filha.
Na outra ponta da história temos os agentes Peña e Murphy, e o presidente Cesar Gaviria, parecem ter chegado ao limite, usando tudo o que tem ao seu dispor pra conseguir a morte de Escobar, seja dentro ou fora da lei. Estão todos sob muita pressão e trabalhando incessantemente pra capturar o narco-traficante.
Tão legal quanto a primeira, e ainda com a mesma pegada e suspense de sempre, a segunda temporada de Narcos é extremamente legal, e ainda deixa um gancho pra continuação da história sobre o narco-tráfico mesmo sem a presença de Escobar.
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