10 razões que explicam porque Alexandre é chamado de “O Grande”.

Todo mundo já ouviu falar pelo menos uma vez na vida de Alexandre, o Grande.
Mesmo quem nunca estudou detalhes sobre os seus impressionantes feitos militares, suas conquistas, suas grandes bebedeiras ou seu grande carisma com certeza sabe que alguém não deixaria o seu nome marcado de maneira assim tão profunda na História da humanidade à toa.

Abaixo listei alguns fatos e curiosidades sobre a impressionante vida e a trágica morte deste icônico soberano macedônio.



1. Tinha um dos maiores filósofos de todos os tempos como seu tutor.

O rei Filipe II da Macedônia foi até a Grécia escolher alguém que fosse apto a dar uma educação exemplar a seu filho, Alexandre III da Macedônia, então com 13 anos de idade. Dentre todos os intelectuais da prestigiada Academia de Atenas, o monarca escolheu Aristóteles para ser o tutor do jovem príncipe.
O filósofo, que foi discípulo de Platão, recebeu uma voluptuosa quantia de dinheiro para se mudar para a cidade macedônia de Mieza, onde existia o Templo das Ninfas, lugar escolhido pelo mentor para instruir o rapaz nos caminhos da Geografia, Zoologia, Política e Medicina.
Os ensinamentos de Aristóteles influenciariam muito a vida de Alexandre, ao ponto de ele levar cientistas em suas expedições militares, e enviar espécimes animais e vegetais das regiões conquistadas como presentes para o seu antigo professor.


2. Domou o famoso cavalo Bucéfalo.

Certa vez, foi oferecido ao pai de Alexandre um majestoso cavalo de batalha chamado Bucéfalo – que significa “cabeça de boi”, provavelmente devido ao grande tamanho do animal. Mas o que o animal tinha de imponente, tinha também de arisco, e ninguém parecia ser capaz de montá-lo, por isso Filipe II não se interessou pela montaria.
O jovem Alexandre, observando o que se passava, apostou com o rei que conseguiria domar o garanhão, e se conseguisse, o pai deveria comprá-lo para ele. Quando finalmente recebeu permissão para tentar, colocou sua genialidade em ação.

Tendo percebido que o cavalo tinha medo da própria sombra, o colocou de frente para o sol, de forma que ele não conseguisse vê-la, o que então permitiu que o rapaz montasse na sela e galopasse vitorioso na frente de todos os presentes.


O rei Filipe, vendo a astúcia de Alexandre, teria então dito a ele: “Meu filho, você deve encontrar um reino grande o bastante para as suas ambições. A Macedônia é pequena demais para você”. Foi pago pelo animal o impressionante valor de 13 talentos gregos, o que equivale hoje a cerca de 350 kg de ouro (1 talento grego = aproximadamente 27 kg de ouro).
Bucéfalo permaneceu como a fiel montaria do conquistador ainda por muitos anos, tendo morrido em batalha enquanto ele e seu cavaleiro enfrentavam brigadas de elefantes montados no que hoje é o Paquistão. Alexandre enterrou o garanhão com grandes honras, e, no entorno do local da sepultura, fundou a cidade de Bucéfala em homenagem ao seu velho companheiro.

3. Assumiu o lugar do pai de forma rápida e brutal.

O rei Filipe II foi esfaqueado em 336 A.C. por Pausânias, um de seus próprios guardas, a caminho do teatro onde haveria uma celebração após a cerimônia de casamento de sua filha, Cleópatra da Macedônia. Ela se tornou esposa do tio, o rei Alexandre I de Épiro, que era irmão de Olímpia – mãe de Alexandre, ex-mulher de Filipe e anteriormente a quarta das oito esposas que o monarca mantinha.
Alguns historiadores acreditam que Alexandre, então com 20 anos, foi o responsável pela morte do pai. O rei supostamente queria nomear o filho recém-nascido de sua mais nova esposa como sucessor, em detrimento ao filho de Olímpia. Sendo verdade ou não, Alexandre mandou eliminar rapidamente quaisquer rivais ao seu trono. Dizem que ele teria ordenado sua própria mãe a executar o bebê, seu meio-irmão, pois ele poderia ser uma ameaça no futuro.


Durante os próximos dois anos, o novo rei liderou seu exército por todas as terras conquistadas por seu pai enquanto eliminava rebeliões e levantes. A cidade-estado de Tebas, na Grécia, teria se revoltado devido a um rumor de que Alexandre estaria morto e que eles não teriam mais que se curvar diante dos macedônios.
Como punição pela afronta, o jovem soberano mandou dizimar completamente a cidade até só sobrar escombros e os poucos sobreviventes dentre 30 mil tebanos que residiam no local nessa época foram vendidos como escravos. Não houve mais nenhum levante grego relevante contra Alexandre depois disso, mesmo durante os doze anos que ele passou em campanha para dominar a Ásia.

4. Aperfeiçoou o exército macedônio.

Um dos motivos do grande poderio militar da Macedônia sobre os seus adversários era uma formação de batalha conhecida como falange, criada por Filipe II. Tratava-se de um bloco maciço de soldados – 16 colunas com 16 homens em cada – que carregavam escudos e lanças com seis metros de cumprimento, feitas de corniso, uma madeira tão dura e densa que sequer flutua se colocada sobre a água.

As linhas de soldados mais atrás da falange seguravam suas lanças na vertical, ajudando a ocultar outras tropas que viessem em seguida como apoio, enquanto as fileiras da frente mantinham uma parede de escudos permeada de dezenas de pontas longas e afiadas. A formação era completamente imbatível em terreno plano.

Além disso, graças aos povos que foi abraçando conforme conquistava mais territórios, o macedônio ainda podia contar com outras tropas leves de infantaria, arqueiros, máquinas de cerco e cavalaria. Graças aos esforços de seu pai, Alexandre tinha um exército profissional e muito bem treinado à sua disposição ao longo de todo o ano.
Tanto Filipe II quanto o filho pagavam o suficiente a seus homens para que esses fossem soldados em tempo integral, enquanto outros povos precisavam interromper as batalhas durante a época da colheita e empregar agricultores e artesãos em suas fileiras.

5. Cruzou o Helesponto.

Depois de dominar completamente a região que compreendia a Macedônia e a Grécia, era hora de partir para a Ásia. O primeiro objetivo de Alexandre foi a Pérsia, na época governada por Dario III. O macedônio reuniu um exército com cinco mil unidades de cavalaria e 32 mil soldados de infantaria para vingar a invasão persa à Grécia, famosa pelo episódio dos 300 de Esparta e pelas Guerras Médicas.
A bordo de 60 navios, o monarca atravessou em 334 A.C. seu exército pelo Helesponto – hoje chamado de Dardanelos –, um estreito no noroeste da atual Turquia ligando o Mar Egeu ao Mar de Mármara, e que é uma das fronteiras naturais que separa a Europa da Ásia desde a antiguidade.
Da proa da embarcação em que se encontrava, Alexandre atirou uma lança que se fincou na praia. Assim que pôs os pés pela primeira vez na Ásia, ele retirou a arma da areia e declarou que aquelas terras todas seriam tomadas pelas pontas das lanças de seu exército.

6. Desatou o nó górdio.

Segundo as lendas dos frígios, que viveram no que hoje equivale à porção central do território turco, um oráculo previu que esse povo deveria coroar rei o primeiro homem que entrasse na cidade em um carro de bois. O primeiro a se encaixar nessa descrição foi Górdio, um simples camponês.
Depois de coroado, o homem amarrou sua carroça do lado de fora do templo da cidade e dedicou o veículo a Zeus, agradecendo ao deus pela boa fortuna. O nó era extremamente elaborado e a corda era feita de casca de corniso, que endureceu com o tempo. Os frígios acreditavam que quem conseguisse desatar o complicado nó conquistaria toda a Ásia.
Alexandre, ao saber sobre a lenda, resolveu testar também sua sorte. Ao investigar o nó, o macedônio não achou sequer uma ponta solta por onde pudesse começar e, frustrado, sacou sua espada e partiu o nó ao meio, bradando “Eu desatei isso!”. Ainda hoje o episódio do nó górdio é lembrado como sinônimo de uma situação complicada que requer uma solução fora dos padrões.

7. Foi considerado filho de Zeus.

Na batalha de Isso, em 333 A.C., Alexandre derrotou Dario III (que fugiu) e decidiu seguir para o Egito em seguida. Os egípcios odiavam os persas, que dominavam a região há quase 200 anos, cobravam altos impostos e não respeitavam as crenças religiosas que fossem diferentes das suas.
Tendo desferido um duro golpe no Império Persa, o macedônio foi prontamente aceito como soberano pelo povo local, que o proclamou faraó. Isso deu início às trocas culturais que aconteceriam entre Egito e Grécia pelos 300 anos que se seguiram.


Enquanto permaneceu por lá, o soberano fez uma perigosa travessia através do deserto para visitar o santuário de Zeus Ammon, um amálgama da mais poderosa divindade grega com seu equivalente egípcio. Segundo as lendas, ele teria sido guiado até lá por corvos e choveu no deserto para que a jornada sob o sol escaldante se tornasse menos fatigante.

Quando enfim chegou ao templo, o líder dos sacerdotes que congregavam ali supostamente teria dito a Alexandre que ele era filho de Zeus, ou pelo menos foi isso o que ele supostamente contou aos seus súditos quando regressou da viagem.

8. Fundou a cidade de Alexandria.

Ao longo de sua travessia pela Ásia, Alexandre fundou mais de 70 cidades, sendo que a maior parte delas remete ao seu próprio nome. A mais famosa e duradoura delas é a cidade egípcia de Alexandria, que existe até hoje no delta do rio Nilo e é a segunda maior do país. Onde antes ficava uma fortificação persa, o monarca mandou que seus arquitetos erigissem uma grande cidade que seguisse os conceitos gregos de construção.

Com o tempo, a Alexandria egípcia (existiram ou ainda existem pelo menos algumas dezenas delas em outras partes da Ásia e Oriente Médio) se tornou um centro cosmopolita, com porto, escolas, teatros, uma das maiores bibliotecas da antiguidade e um farol que podia ser visto a 50 km de distância mar adentro, apesar disso tudo só ter surgido muito tempo depois da morte de Alexandre.

Gregos administravam a cidade, mas diferentemente do governo persa, os primeiros permitiram aos egípcios que continuassem com seus costumes e religião. No entanto, eles só seriam considerados cidadãos do Império Macedônio se aprendessem o idioma grego e aceitassem os costumes de seus novos conquistadores.

9. Derrotou definitivamente os persas.

No Egito há quase um ano, Alexandre decidiu que era hora de retomar sua caçada aos persas. O imperador Dario III reuniu 200 mil homens sob seu estandarte, incluindo cavaleiros vestidos com cotas de malha e bigas de guerra que possuíam lâminas giratórias projetadas para fora a partir do centro das rodas.
Do exército macedônio, 47 mil homens atacaram os flancos da formação persa, enquanto Alexandre liderava a carga com o resto das suas tropas pelo centro. Os soldados de Dario III foram pegos entre duas frentes de ataque formidáveis, desfizeram as fileiras, debandaram e foram dizimados. O imperador da Pérsia fugiu mais uma vez, somente para ser morto por um de seus homens.
Depois de ter se tornado faraó de todo o Egito e ser proclamado filho do próprio Zeus, Alexandre foi coroado como Rei da Ásia. Em seguida conquistou a Babilônia e Persépolis, capital do Império Persa. Tentando consolidar o seu poder sobre os persas, ele começou a se vestir como um deles e até se casou com uma dançarina persa chamada Roxana. No entanto, isso não foi bem visto por seus homens, que não acharam adequado que um conquistador precisasse agradar os seus conquistados.

10. Extendeu o seu império até a Índia.

Até onde se sabia na época, a Ásia terminava no lado leste da Índia e era até onde ia a ambição de Alexandre. Por isso ele convenceu seus homens a seguirem atrás dele por 12 anos. O rei indiano Porus caiu junto com seu exército de homens e elefantes diante dos macedônios, mas o longo tempo da campanha, o clima e as montanhas que esses precisaram enfrentar cobraram o seu preço no ânimo das tropas.
Cansados de guerrear, os homens de Alexandre clamaram para que seu rei os liderassem de volta para casa. Ele cedeu aos anseios de seus soldados, mas decidiu fazer isso por uma rota diferente daquela por onde tinham vindo. Ele seguiria pelas margens dos rios indianos até chegar ao oceano, para então acompanhar a costa do continente toda até regressar à Pérsia.


Esse foi o momento em que Alexandre cometeu o maior erro de toda a sua brilhante carreira como estrategista. Apesar de ter conseguido regressar com vida, estima-se que o conquistador perdeu mais de 15 mil homens na desastrosa travessia do Deserto de Gedrósia, na região sul do que hoje é conhecido como Irã.
Pouco tempo depois de seu regresso à Babilônia, o grande faraó, rei da Macedônia e da Ásia bebeu demais e caiu doente durante um banquete em sua homenagem. É possível que ele tenha contraído malária ou alguma outra doença semelhante durante a viagem de retorno, e acabou morrendo alguns dias depois, pouco antes de seu aniversário de 33 anos.
Sim, é exatamente isso o que você leu. De acordo com os relatos históricos, Alexandre III da Macedônia, também conhecido como Alexandre Magno, conquistou grande parte do mundo conhecido em sua época em um curto espaço de apenas 13 anos. É ou não é motivo suficiente para ser chamado de “O Grande” pela História?

Fonte: LiveScience

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