Harry Potter GO está prestes a ser lançado!

Nos últimos meses, o mundo se acostumou a ver pessoas vagando por aí, de celular em mãos, capturando monstrinhos virtuais em Pokémon GO. O jogo hit de 2016, baixado em mais de meio bilhão de celulares mundo afora, na prática inaugurou a era da realidade aumentada em dispositivos portáteis. O primeiro grande candidato a herdeiro está surgindo, meio escondido, numa cidadezinha de 50 mil habitantes da Dinamarca.

Num apartamento de Roskilde, o desenvolvedor Ondrej Tokar trabalha há dois anos na criação de um jogo que poderia ser batizado de Harry Potter GO. Isso se a Warner Bros, detentora dos direitos autorais de tudo o que for relacionado ao personagem, tivesse autorizado. Como a produtora ignorou o contato do rapaz de 22 anos, o game candidato a Harry Potter GO virou Maguss. O jogo foi registrado com esse nome, mas qualquer semelhança com a fantasia de J.K. Rowling não será mera coincidência.
Em Maguss, o jogador poderá escolher entre quatro “ordens” com as cores iguais às das casas de Hogwarts, nas quais Harry Potter e seus colegas eram divididos. Assim, se formarão os exércitos de aliados e inimigos. Com a base do jogo pronta, resta torcer por uma autorização futura. “Vamos esperar, quem sabe há alguma chance de eles entrarem em contato em algum momento. Ainda tenho esperança”, diz Tokar, ao Correio. Nascido na Eslováquia, ele se mudou para a Dinamarca há quatro anos para trabalhar.

A versão alfa de Maguss, com os primeiros testes abertos a uma parcela pequena do público, sairá neste mês. A versão beta, mais ampla e completa, está programada para fevereiro de 2017. O lançamento oficial ficará para julho de 2017. Hoje, a equipe de desenvolvimento do jogo tem 10 profissionais, além de consultores esporádicos.

A demora para a finalização de um jogo que começou a ser produzido antes mesmo de Pokémon GO é facilmente explicada: falta de dinheiro. Sem o apoio de uma grande produtora, Tokar tem investido o próprio dinheiro para realizar o sonho de poder fazer mágica pelo celular. Até agora, ele gastou 60 mil euros, o equivalente a R$ 210 mil. A fim de contribuir para o financiamento da aventura, lançou no mês passado uma vaquinha virtual buscando US$ 50 mil, cerca de R$ 160 mil. Conseguiu metade do valor em quatro dias.

Mundo mágico

Maguss lembrará Harry Potter, é claro, mas também bebe da fonte de qualquer outra obra consagrada de fantasia. O jogo permite produção de poções, invasões a calabouços, caças a trolls, mimos a espíritos de árvore... “Li os livros (de J.K. Rowling) e amei. Mas, em geral, sou fã de obras fantásticas tanto quanto de jogos de RPG”, conta Tokar. Para o chefe do projeto, há um pouco de Dungeons & Dragons aqui, um punhado de O Senhor dos Anéis ali, alguma inspiração em As Crônicas de Nárnia, um punhado de mitologia nórdica.

Será possível jogar Maguss só com o celular, mas também com o auxílio de uma varinha, que será vendida à parte. O download do game será gratuito, mas o bastão mágico — um cilindro de plástico de 35cm com bluetooth, conexão micro-USB e compatível com Android e iOS — sairá por US$ 49.
O gadget servirá para os duelos presenciais, mas não será preciso percorrer quilômetros para fazer mágica. “Aprendemos com os erros de Pokémon GO. Temos de permitir que os usuários joguem em casa se quiserem, sem precisar ir à rua. Vamos focar mais em segurança e teremos opções para deixar o roteiro do jogo mais extenso”, compara. A expectativa, segundo o desenvolvedor, é de que o jogo esteja disponível para o Brasil desde a versão beta. A tradução em português ficará para o lançamento final, no ano que vem.

“Aprendemos com os erros de Pokémon GO. Temos de permitir que os usuários joguem em casa se quiserem, sem precisar ir à rua. Vamos focar mais em segurança e teremos opções para deixar o roteiro do jogo mais extenso”
Ondrej Tokar, criador do Maguss

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